21 de dezembro de 2009

breve colocação_ a cultura/a civilização

após um texto/manifesto, venho nesse espaço, já instituído aberto, para fazer uma breve colocação sobre a cultura da qual nos alimentamos e sem a qual morreríamos de fome.
trata-se de um texto de antonin artaud, que pretendo apresentar a vocês com muito cuidado, posto meu apreço pessoal e a delicadeza que devemos dedicar para o fazer pronunciado.


Nunca, quando é a própria vida que nos foge, se falou tanto em civilização e cultura. E existe um estranho paralelismo entre esse esboroamento generalizado da vida que está na base da desmoralização atual e a preocupação com uma cultura que nunca coincidiu com a vida e que é feita para dirigir a vida.
Antes de retornar à cultura, constato que o mundo tem fome e que não se preocupa com a cultura, e que apenas de um modo artificial é que se pretende dirigir para a cultura pensamentos que se voltam unicamente para a fome.
(...)
Se o signo da época é a confusão, vejo na base dessa confusão uma ruptura entre as coisas e as palavras, as idéias, os signos que são a representação dessas coisas.
(...)
É preciso insistir nessa idéia da cultura em ação e que se torna em nós uma espécie de novo órgão, uma espécie de segunda alma: e a civilização é a cultura que se aplica e que rege até mesmo nossas ações mais sutis, o espírito presente nas coisas; e é apenas de modo artificial que se separa a civilização da cultura e que há duas palavras para significar uma mesma e idêntica ação.
(...)
Por mais que exijamos a magia, porém, no fundo temos medo de uma vida que se desenvolveria toda sob o signo da verdadeira magia.




inicialmente aqui abandono os palcos nomeados, os espetáculos diários e fechados em taxas e classes para apresentar a todos um Teatro esquecido, abandonado em sua vanguardista e revolucionária escritura. quero aqui lhes contar de um teatro tão contemporâneo e tão ausente até mesmo de nossas bibliotecas, que dirá das ocupações e trânsito que carece para sê-lo.



(...) ‘mudar a língua’ é concomitante com ‘mudar o mundo’ (...)
roland barthes




(ana pedrosa

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