1 de outubro de 2010

poética da tradução um: início

poética da tradução um: início

há muitas distintas vertentes a respeito do exercício da tradução da poesia.
alguns severos crêem na impossibilidade de se traduzir um poema, me fazendo ser triste ao pensar que poderia não ser possível conhecer mallarmé. outros, levianos, assassinam sem pudor o poema, e castra o leitor do traduzível de ter a experiência poética gerada pelo autor. eu? mesmo que não há quem queira saber, insisto na sentença da tradução como uma transformação que precisa dum sujeito de coragem, que se lance para dentro do texto a fim de resgatar e ampliar as fronteiras dum poema que outrora reinava em uma só língua. não se trata duma balança, duma só responsabilidade cultural, dum respeito medroso duma língua. tradução é um outro desejo. este mês, entraremos num espaço de interseções em que não me posicionarei de forma que minha fala sobreponha o poema. por que? porque o comentário é menor que o poema.

“Todo texto é único e, é, ao mesmo tempo, tradução de outro texto. Nenhum texto é completamente original porque a própria língua, em sua essência, já é uma tradução: em primeiro lugar, do mundo não - verbal e, em segundo, porque todo signo e toda frase é a tradução de outro signo e de outra frase. Entretanto, esse argumento pode ser modificado sem perder sua validade; todos os textos são originais porque toda tradução é diferente. Toda tradução é, até certo ponto, uma criação e, como tal, constitui um texto único.” Octavio Paz.

28 de setembro de 2010

sobre a história do living theatre

the living theatre é um grupo teatral offf-broadway (peças menores e comercialmente menos articuladas, podendo ser portanto mais experimentais e aventureiras) fundado em 1947 pelos alemães judith malina e julian beck. 
o living theatre promoveu quase uma centena de peças em oito línguas distintas, em 28 países e nos cinco continentes.
durante os anos 1950 e início dos anos 1960 em nova york, foi pioneiro no preparo convencional do drama poético tanto de autores americanos como europeus, mas a dificuldade de auto-sustentar um projeto cultural experimental levou ao fechamento de todas as suas repartições.

'Em meados da década de 1960, a empresa iniciou uma nova vida como um conjunto de turismo nômade. Na Europa, evoluiu para uma coletiva, viver e trabalhar juntos para a criação de uma nova forma de agir não-ficcional baseada no compromisso político e físico do ator com a utilização do teatro como um meio para promover mudanças sociais.
Na década de 1970, o Living Theatre começou a criar O Legado de Caim, um ciclo de execuções para locais não-tradicionais. Das prisões do Brasil para os portões das fábricas de aço em Pittsburgh, e das favelas do Palermo para as escolas de Nova York. (...)
Em 1980 foi o retorno do grupo ao teatro, onde desenvolveu novas técnicas participativas que possibilitam que o público se juntasse a eles no palco como intérpretes (...)'

após a morte de julian beck em 1985, abriram um novo espaço espetáculo, produzindo um constante fluxo de trabalhos inovadores. com o fechamento desse espaço em 1993, a empresa passou a criar anarchia, utopia e mudanças capitais em outros locais de nova york.
hoje desenvolvem um programa de repertório, musical, dança, poesia e eventos políticos. suas atividades objetivam um fim da distância entre palco e platéia, o experimentalismo, a exaltação da estética arte e política e o fim das fronteiras arte e vida.