29 de outubro de 2010

poética da tradução cinco: apropriação e herança poética

poética da tradução cinco: apropriação e herança poética

questão III - alice ruiz

Se a preguiça é pecado,
o que Deus estará fazendo agora?
Em que se ocupa aquele que tudo pode?
Terá restado algo por fazer
depois que o mundo foi criado?

Se o desejo é fraqueza,
Deus nunca deseja?
Mas se é verdade que nos criou,
algo nele desejou.

Se a vaidade é um erro,
por que nos fez
À sua imagem e semelhança?
Ou terá sido o contrário?

Por que criar alguém
capaz de duvidar da criação?
Por que nós e ele não?

xx

arte do chá - paulo leminski

ainda ontem
convidei um amigo
para ficar em silêncio
comigo

ele veio
meio a esmo
praticamente não disse nada
e ficou por isso mesmo
 
xx


palavras - sylvia plath/
tradução de Ana Cristina César

Golpes
De machado na madeira,
E os ecos!
Ecos que partem
A galope.

A seiva
Jorra como pranto, como
Água lutando
Para repor seu espelho
Sobre a rocha

Que cai e rola,
Crânio branco
Comido pelas ervas.
Anos depois, na estrada,
Encontro

Essas palavras secas e sem rédeas,
Bater de cascos incansável.
Enquanto do fundo do poço, estrelas fixas
Decidem uma vida.

26 de outubro de 2010

teatro da vertigem- apocalipse 1,11


última peça da trilogia bíblica do Teatro da Vertigem.
dramaturgia de Fernando Bonassi com encenação de Antônio Araújo.
teatro que se fez dentro de um presídio.
uma tomada do corpo e do espaço. uma reinvenção cênica. 
uma invasão. o apocalipse:

 

consulta: http://www.itaucultural.org.br/aplicexternas/enciclopedia_teatro/index.cfm?fuseaction=espetaculos_biografia&cd_verbete=236

saber mais: LIMA, Mariângela Alves de. O intrigante e pungente 'Apocalipse 1,11'. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 21 jan. 2000. Caderno 2, p. E-2.