10 de abril de 2010

Elvis e o Cometa


autor: Leonardo Garcia / produtora: Mínima Concepção e Produção Visual, RS - A queda de um meteorito destrói a casa e a moto de Elvis – seu instrumento de trabalho. O fenômeno acaba por causar profundas mudanças na vida dos personagens do bairro.

O Ministério da Cultura (MinC), por meio do Programa Mais Cultura, anunciou oito projetos premiados na primeira etapa de seleção do FICTV/Mais Cultura (entre eles Elvis e o Cometa) – Edital de Seleção de Projetos de Desenvolvimento e Produção de Teledramaturgia Seriada.


Na segunda etapa de seleção serão escolhidos três projetos que receberão R$ 2,6 milhões para a produção de 13 episódios com 26 minutos cada. As minisséries serão exibidas nas emissoras do sistema público de televisão. A iniciativa tem como parceiros a Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC) e a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), por meio da TV Brasil.


PS: A estréia na TV já passou, mas podemos ver o episódio piloto (muito legal) no link abaixo. Na mesma página tembém pode-se votar para qual série terá o grande prêmio.

9 de abril de 2010

o azul o púrpura e o amarelo

hoje eu uso a palavra como registro como o rastro como o trajeto a mensagem
porque há coisas que são e não devem ser nomeadas pelo repente pelo acaso pela consideração
ninguém é poeta porque você considera o texto poesia.
immmmmmm nhammmmmmm nhammmmmmmmmm iiiiiii nhammmmmmmmmmmm
E
nada pode ser confundido pela luz porque hoje a luz não veio
ou ainda porque o mar avança em sua direção e você pensa que ele se alimenta de sua terra
mas o mar se alimenta do mar E
nada pode ser confundido com a fala do homem porque a PALABRA do homem ( >
iiiii te acostumbraste iiiiii
o recôncavo bahiano - a sede do cinema - o desejo de movimento - o desassossego
dindo/ plástico
meu íntimo:


caetano veloso - estrangeiro




O pintor Paul Gauguin amou a luz na Baía de Guanabara
O compositor Cole Porter adorou as luzes na noite dela
A Baía de Guanabara
O antropólogo Claude Levy-strauss detestou a Baía de Guanabara:
Pareceu-lhe uma boca banguela.
E eu menos a conhecera mais a amara?
Sou cego de tanto vê-la, te tanto tê-la estrela
O que é uma coisa bela?
O amor é cego
Ray Charles é cego
Stevie Wonder é cego
E o albino Hermeto não enxerga mesmo muito bem
Uma baleia, uma telenovela, um alaúde, um trem?
Uma arara?
Mas era ao mesmo tempo bela e banguela a Guanabara
Em que se passara passa passará o raro pesadelo
Que aqui começo a construir sempre buscando o belo e o amaro
Eu não sonhei que a praia de Botafogo era uma esteira rolante deareia brancae de óleo diesel
Sob meus tênis
E o Pão de Açucar menos óbvio possível
À minha frente
Um Pão de Açucar com umas arestas insuspeitadas
À áspera luz laranja contra a quase não luz quase não púrpura
Do branco das areias e das espumas
Que era tudo quanto havia então de aurora
Estão às minhas costas um velho com cabelos nas narinas
E uma menina ainda adolescente e muito linda
Não olho pra trás mas sei de tudo
Cego às avessas, como nos sonhos, vejo o que desejo
Mas eu não desejo ver o terno negro do velho
Nem os dentes quase não púrpura da menina
(pense Seurat e pense impressionista
Essa coisa de luz nos brancos dentes e onda
Mas não pense surrealista que é outra onda)
E ouço as vozes
Os dois me dizem
Num duplo som
Como que sampleados num sinclavier:
"É chegada a hora da reeducação de alguém
Do Pai do Filho do espirito Santo amém
O certo é louco tomar eletrochoque
O certo é saber que o certo é certo
O macho adulto branco sempre no comando
E o resto ao resto, o sexo é o corte, o sexo
Reconhecer o valor necessário do ato hipócrita
Riscar os índios, nada esperar dos pretos"
E eu, menos estrangeiro no lugar que no momento
Sigo mais sozinho caminhando contra o vento
E entendo o centro do que estão dizendo
Aquele cara e aquela:
É um desmascaro
Singelo grito:
"O rei está nu"
Mas eu desperto porque tudo cala frente ao fato de que o rei é mais bonito nú
E eu vou e amo o azul, o púrpura e o amarelo
E entre o meu ir e o do sol, um aro, um elo.
("Some may like a soft brazilian singer
but i've given up all attempts at perfection").
iiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii
caetano veloso - livros

Tropeçavas nos astros desastrada
Quase não tínhamos livros em casa
E a cidade não tinha livraria
Mas os livros que em nossa vida entraram
São como a radiação de um corpo negro
Apontando pra a expansão do Universo
Porque a frase, o conceito, o enredo, o verso
(E, sem dúvida, sobretudo o verso)
É o que pode lançar mundos no mundo.

Tropeçavas nos astros desastrada
Sem saber que a ventura e a desventura
Dessa estrada que vai do nada ao nada
São livros e o luar contra a cultura.

Os livros são objetos transcendentes
Mas podemos amá-los do amor táctil
Que votamos aos maços de cigarro
Domá-los, cultivá-los em aquários,
Em estantes, gaiolas, em fogueiras
Ou lançá-los pra fora das janelas
(Talvez isso nos livre de lançarmo-nos)
Ou  o que é muito pior  por odiarmo-los
Podemos simplesmente escrever um:

Encher de vãs palavras muitas páginas
E de mais confusão as prateleiras.
Tropeçavas nos astros desastrada
Mas pra mim foste a estrela entre as estrelas.

(maré)

7 de abril de 2010

TFG + Açucareira = Essa que vos escreve.

Queridos leitores amigos,


Faltei com esta coluna na semana passada porque estou passando por um período conturbado na minha vida.

Não, ninguém morreu e eu não estou grávida. O que está acontecendo é que estou concluindo meu curso de Arquitetura e Urbanismo.

Bom, os arquitetos de plantão sabem bem do que se trata o famoso TFG (Trabalho Final de Graduação). Para os que não sabem, no TFG nós devemos escolher um tema que deve ser relevante academicamente. No final de um período de 6 meses de muita pesquisa e muita ralação, espera-se que seja apresentado um produto que seja coerente com os cinco anos que você passou na faculdade. Ou seja, um projeto arquitetônico e/ou urbanístico.

well, well, well.

Os que me conhecem sabem que eu me mudei para Belo Horizonte porque a faculdade em que eu iniciei meu curso em Governador Valadares, MG, não estava correspondendo aos meus anseios arquitetônicos. Para ser mais sincera, eles estavam falhando em TUDO.

Vim para PUC Minas, gostei de muita coisa, não gostei de algumas outras. E segui em diante.

Sempre fui muito crítica, quem me conhece sabe. E por criticar ementa de matérias, professores, o ensino de arquitetura e a produção de arquitetura no Brasil, quase cheguei a fazer o meu TFG sobre Crítica e Ensino de Arquitetura no Brasil - não posso dar muitos detalhes porque é um projeto que eu ainda quero desenvolver.

Bom, em conversa com um professor e outro, acabei desistindo desde tema por agora porque a pesquisa demandaria tempo demais. E o tempo do TFG era muito curto - 6 meses.

Foi aí que eu me deparei com uma situação que não era a que eu queria.

Quando me mudei de Valadares, eu também desisti de Valadares.(ponto) Não era para mim. Odiei a cidade por um longo período de tempo. Pelo seus governantes, por não oferecer espaço para arte, por não promover cultura em nenhuma instancia e etc.

Só depois desses 5 anos de curso de arquitetura e urbanismo, é que eu desenvolvi uma maturidade, ou seria uma militância? - para identificar os elementos que fazem da cidade o que ela é. E só quando entendemos a cidade por inteiro, é que podemos propor soluções. E aí que meu TFG entra.

O meu objeto de estudo é uma antiga Usina de Cana-de-açúcar desativada em Governador Valadares,MG. Estou propondo uma intervenção neste patrimônio histórico.
Sempre admirei o local pelas experiências que já vivi lá - durante muito tempo ela foi palco para grandes eventos da cidade.
Agora sou apaixonada pelo lugar. Desenvolvi uma espécie de entendimento da coisa que agora quando eu no edifício, parece que a sua história grita nos meus ouvidos. - isso pode ser sim resultado do stress de looongas horas de pesquisa e de muito trabalho, mas eu prefiro pensar que não.
Durante alguns meses corri atrás da Prefeitura da cidade, que infelizmente não pode me ajudar muito. O jeito foi correr atrás da história contada, essa que é passada de boca-a-boca pelos antigos moradores da cidade.

Sem mais delongas, desenvolvi uma pesquisa extensa e bastante completa levando em consideração a falta de registros do Edifício. Pretendo resumi-la e enviá-la por email para o maior número de pessoas da cidade que eu puder, e pedir para que repassem em diante.

A minha proposta para o lugar é transformá-lo em um grande Núcleo de Cultura para toda a cidade e região.
Na minha opinião, é o que a cidade precisa desesperadamente agora.
Seus moradores precisam se reconhecer no seu espaço, que é o local onde vivem; a partir deste reconhecimento construir uma identidade, e só assim poder produzir uma cultura que seja originalmente deles.

Se for do interesse de alguém, posso posteriormente postar para vocês algumas imagens da minha proposta pro edifício.

Por enquanto o que eu queria dizer era isso.
Estou totalmente envolvida neste projeto e não vejo como fugir disso nesta coluna que eu falo de arquitetura, desta arquitetura real, cotidiana, da vida.

Aos meus amigos, que estão sempre comigo: Obrigada pela paciência de ficarem durante esse 1 ano(pesquisa + projeto) ouvindo minha idealização deste projeto denovo, e denovo, e denovo.

Apesar de todo o trabalho, tem sido um grande prazer!



Das fotos:

- As fotos mais recentes do edifício foram tiradas por mim e as mais antigas me foram disponibilizadas pelo NEHT da Univale e pela Secretaria de Cultura de Governador Valadares.
Na última foto o Grão Duque e Grã Duquesa de Luxemburgo, donos da Açucareira enquanto ainda estava em funcionamento.




























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Gaub de Matos.

5 de abril de 2010

fundo reyno

venho apresentar-lhes um teatro feito como fábula de símbolos culturais.
um teatro que se apresenta não como imitação de formas comportamentais e/ou cotidianas, mas como uma proposição resignificativa dessas marcas que enraizadas, mesmo que não opcionalmente, vivemos e vivenciamos.
a fábula lida com o exagero e a hipersensibilização de tipos ou situações humanas-culturais e, assim, pode -se esbarrar na caricatura para exercer sua função estética.
fábula não é sinônimo à causa moral, sendo uma proposta que, exaltando marcas, sistematiza o motivo de assim sê-la.

o fruto desse teatro é a periferia de belém-pa. walter freitas é o culpado.

abaixo, algumas informações dessa peça que roda no pará e quem sabe nos chegue por todo brasil:
http://www.diariodopara.com.br/N-83522-ESPETACULO+FUNDO+REYNO+SEGUE+EM+CARTAZ+EM+BELEM.html