19 de julho de 2010

coimbra, 16 de junho de 1938.

pelo amigo que dedicou a si os mesmos versos
que dele fazem parte como a morada
pela vida que se dedica a cumprir o ofício da arte
ao desassossego dos dias
ao desejo da estrada
ao prazer do texto
ao inescapável/inesgotável teatro das horas
à emoção da eterna e insaciável construção


pelo presente que me trouxera
como se de minhas mais profundas terras viesse
______


de quantos ofícios há no mundo, 

o mais belo e o mais trágico é o de criar arte. 
é ele o único onde um dia não pode ser igual ao que passou. 
o artista tem a condenação e o dom 
de nunca poder automatizar a mão, o gosto, os olhos, a enxada. 
quando deixa de descobrir, de sofrer a dúvida, 
de caminhar na incerteza e no desespero- está perdido.
(miguel torga)



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