27 de fevereiro de 2010

sobre JFBrittes

 Já faz algum tempo que estamos nos encontrando todos os sábados por aqui. Espero ter proporcionado aos leitores desta coluna algo de interessante. Apresentado algum artista ou obra que tenha sido relevante de alguma forma.

Hoje gostaria de mostrar a vocês um pouco sobre o meu trabalho, para saciar a curiosidade que alguém possa, casualmente ter, sobre quem vos fala. Serei breve pois a falar sobre mim nunca me foi próprio.

Medos e Esperanças 2009

No link abaixo reuni pinturas e gravuras, na sua maioria produzidas enquanto estava na Escola Guignard.


JF

26 de fevereiro de 2010

estrangeiro sim estrangeiro não

ESTRANGEIRO

Derivação: sentido figurado. Estatística: pouco usado.
Que ou o que não pertence ou que se considera como não
pertencente a uma região, classe ou meio; forasteiro, ádvena.
Ex.: sentia-se e. naquele ambiente adverso.

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(DENTRO DO TERRITÓRIO DE FORA)

estou trocando de pele na abertura do carnaval
enquanto as alas se alinham e vem
manifestar o gozo estético (que sinto) ao saber
que estou diante de todas as cores do mundo


o que vi hoje cedo a unesco não viu, mas


estou trocando de pele na bolívia
com instinto literário procuro recorrer ao texto
enquanto há dança, eu
não choro em español, mesmo
exausta

estou trocando de pele longe de casa
como quem se renova quando necessário é
e entende o mistério contido na palavra
vital
desejo o retorno mas
enquanto há tempo,
preciso percorrer.


(DENTRO DO TERRITÓRIO DE DENTRO)


eu envelheci seis anos em um mês
ao limite casei meu corpo que
entre o desejo e o sono me
deu o passe de decidir
entre eu e a bolívia

como se a queda desta distância a percorrer
não fosse o que meu corpo deveras sabia ter de
depois de assistir a arte me pedir em casamento e eu
com obviedade e crença proferir rigidamente que sim

fiz moradia como se diz em español (?)
mesmo sem cartola confete e saia rodada
dormi em lugares que não se podia dormir
fiquei com saudade mesmo que não pudesse e
ainda por cima por vez me esqueci de ser estrangeira

eu te disse
troquei de pele
traí minha língua
quis minha pátria
comprei dois violões
tive banzo cruel porque
sou preta e não consigo
esquecer que tenho casa.

(mariana de matos)

25 de fevereiro de 2010

Órfãos da Embrafilme

Mostra realizada pelo Centro Cultural Banco do Brasil, de 2 a 14 de março, apresentará os filmes produzidos entre o fim da Embrafilme e a chamada “retomada do cinema brasileiro”.

  • Apresentação de 18 títulos, quase todos em película, produzidos entre 1990 e 1994
  • Exibição do raríssimo O Vigilante, último filme de Ozualdo Candeias
  • Debate reunindo cineastas, crítico de cinema e o curador Cléber Eduardo
Até o ano de 1990, a Embrafilme foi o principal sustentáculo da produção e distribuição de filmes brasileiros. Numa medida polêmica, o então presidente Fernando Collor de Mello extinguiu a empresa, dentre outras ações que visavam encolher a presença do Estado. Este ato levou ao que ficou conhecido como os “anos negros” do cinema brasileiro, um período em que a produção caiu a níveis assustadores, o público sumiu e a distribuição praticamente cessou. Tudo isso começou a mudar em 1995, com o que se batizou de “retomada do cinema nacional”, com o sucesso dos filmes Carlota Joaquina, de Carla Camurati, e O Quatrilho, de Fábio Barreto. No entanto, entre 1990 e 1994, vários filmes foram produzidos, embora tenham ficado quase invisíveis para a maior parte do público. É sobre esses títulos que se debruça a mostra ÓRFÃOS DA EMBRAFILME, que o Centro Cultural Banco do Brasil apresenta de 02 a 14 de março, com sessões às 15h30, 18h30 e 20h30. A abertura será com Manobra Radical, filme de estreia da diretora Elisa Tolomelli. Ingressos a R$ 4,00 e R$ 2,00.


Com curadoria do crítico de cinema Cléber Eduardo, foram reunidos títulos que, por estarem na fronteira entre dois momentos históricos e entre dois sistemas de produção, ainda carregavam traços dos anos 80, ao mesmo tempo em que tentavam impor diferenças com relação ao período Embrafilme, dando início a uma nova fase do cinema brasileiro. Estão na programação desde títulos premiados em festivais até filmes de raríssima circulação, como é o caso de O Vigilante, do Ozualdo Candeias, último filme do diretor (totalmente sintomático desse período sombrio do cinema brasileiro) e que terá projeção única durante a mostra, na terça-feira, dia 9 de março, na sessão das 20h30.

CINEMA ÓRFÃO

Os 18 filmes da mostra foram realizados no período que muitos chamam de limbo da produção cinematográfica nacional. Não havia apoio para produzir nem para distribuir. Foi uma época que terminou por criar o espírito de renovação da segunda metade dos anos 90 quando, graças a editais e a um novo modo de captação de recursos, o cinema brasileiro começou a viver umboom de novos diretores e profissionais. Foram anos de procura de relevância, com filmes políticos e históricos, e de busca da popularidade, tendo como fonte autores cujas adaptações das obras foram legitimadas por público ou crítica nos anos 70.

De um universo de mais de 50 filmes do período, a curadoria escolheu os mais “representativos”, alguns recebidos por críticos como a possibilidade de redenção desses anos de orfandade (como Alma Corsária, de Carlos Reichenbach, e Perfume de Gardênia, de Guilherme de Almeida Prado), outros premiados em festivais (como Stelinha, de Miguel Faria Jr) e ainda os casos de filmes vinculados a um cinema popular, como Vai Trabalhar Vagabundo II – A Volta, de Hugo Carvana, que procura retornar à comédia carioca de malandro.

A produção destes cinco anos ainda herdava as adaptações de autores em alta no cinema brasileiro dos anos 70, como Plínio Marcos (Barrela, de Marco Antônio Cury) e Nelson Rodrigues (Boca de Ouro, de Walter Avancini), além de uma tentativa de levar às telas João Guimarães Rosa (A Terceira Margem do Rio, de Nelson Pereira dos Santos). Também apresentava investimento, em doses mais discretas em relação ao momento histórico anterior, na nudez de atrizes conhecidas – um dos itens mais populares dos filmes brasileiros dos anos 70 e 80. Há variações do gênero policial (A Maldição do Sanpaku, de José Joffily, e Escorpião Escarlate, de Ivan Cardoso), histórias ambientadas no mundo dos surfistas (Manobra Radical), personagens decadentes ou sem perspectivas (Stelinha, de Miguel Faria Jr), documentários (Radio Auriverde, de Sylvio Back), enfoques com algum nível de política (Alma Corsária) e um humor preocupado com os códigos da representação (Capitalismo Selvagem, de André Klotzel).

24 de fevereiro de 2010

o hibridismo do arquiteto brasileiro do século xx.

Arquiteto bel-artista. Arquiteto. Arquiteto moderno. Engenheiro arquiteto. Arquiteto urbanista.


A profissão de arquiteto vem sofrendo modificações, ou melhor dizer, adaptações, ao longo dos últimos anos no Brasil e no mundo.

As escolas de arquitetura tentam assimilar em suas ementas as modificações da sociedade, a fim de produzir conhecimento que sempre seja condizente com a demanda do mercado mais atual.

Porém, nem sempre isto é possível. No final a própria sociedade fica confusa acerca do real papel do arquiteto.

O arquiteto moderno e o engenheiro arquiteto surgiram para apagar o arquiteto bel-artista, que era tido com a idéia de um simples desenhista acadêmico. Era necessário então um arquiteto “antenado” com o novo tipo de produção no país naquele momento, a produção industrial.


Os arquitetos adotam então o discurso da racionalidade e da funcionalidade, dando uma cara nova à arquitetura brasileira, surge aí a famosa Arquitetura Moderna Brasileira.

Durante anos a arquitetura moderna foi a cara do Governo Vargas, dando uma imagem progressista e inovadora ao país.

O ensino de arquitetura não pertence mais à Escola de Belas Artes, naquele momento, em 1940, se tornou um ensino autônomo, com a criação da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Brasil.

Esta nova situação redefine a atuação do arquiteto no mercado. Surgem então os ateliers dedicados exclusivamente a projetos. O arquiteto se afasta definitivamente da obra e o projeto toma status de trabalho artístico, intelectual.

O arquiteto urbanista dos dias de hoje, sofre para adentrar as classes mais baixas da sociedade exatamente porque este status que o arquiteto tomou, de profissional da elite, ainda não conseguiu ser desassociado.

O arquiteto contemporâneo desenvolve atividades interdisciplinares, agregando seu conhecimento arquitetônico à outras áreas artísticas, e produzindo assim uma matéria híbrida mais completa como dentro do campo das artes.

22 de fevereiro de 2010

teatro laboratório

gerzy grotowski fundou um espaço cotidiano aberto para um exercício contínuo do ator, a construção experimental de si mesmo e da relação com o espectador.

o teatro laboratório seria um lugar de exploração sistemática desse ator, do espaço e da arte.
o ator livre de compromissos éticos e estéticos, submetido apenas a uma exploração pessoal e ao exercício da liberdade.

o grande legado desse teatro está testemunhado no livro de gerzy que carrega o mesmo nome.
a estética herdada pelo teatro laboratório de gerzy é uma das maiores influências do teatro contemporâneo.

teatro laboratório é hoje uma vertente entre grupos teatrais.
um deles, podemos encontar no link abaixo, oco teatro laboratório:
http://ocoteatrolaboratorio।arteblog.com.br/


(ana pedrosa