11 de janeiro de 2010

teatro: de dentro pra fora, de fora pra dentro

retorno à cidade que resido e me angustio da saudade de ser família e da felicidade em simples momentos- onde tudo parece funcionar em outro tempo e lógica, onde tudo obedece a outras cifras ou deturpa todas elas.
aqui, venho com o propósito de construir o que me proponho na vida: a arte, e suspender a casa aberta em que ela deve residir, acolher e expulsar. nessa cidade onde vivo, vivo e construo meu teatro: minhas relações, meu cotidiano, minhas obrigações, meus propósitos, minha fala e minha vida.
                                                                                          
é desse teatro cotidiano que venho hoje lhes dizer: a trivialidade contém o pensamento, as decisões certamente têm a veracidade de quem você escolhe ser e como deseja HABITAR o mundo.

em todas as estruturas existem lacunas e são nelas que PODEMOS fazer e enxergar manifestações que subvertem as versões que cotidianamente e sistematicamente nos são dadas e abortadas.

nesses dias em repouso assisti a um programa comercial gravado, televisionado e encontrei uma apresentação feita pela atriz marília pera.

muito do que estudo e espero para o teatro estava ali. resolvi não tentar repetir esse gosto e lembrar desse paladar como ficou marcado em mim. (portanto, correr o risco de dá-lo a vocês, sem me certificar racionalmente do quão era bom).

correr riscos me apetece e tenho uma enorme preferência pelo gozo carnal da manifestação artística do que pela análise extremista e padronizada. sim, minha carne tremeu e devo lhes dizer que sou amante desse teatro: o teatro que pulsa a carne, que liberta a emoção e que improvavelmente está em lugares que visivelmente ou superficialmente não habitaria: é preciso abertura para enxergar e sentenciar à vida.  



e minha mãe gozava a existência.

(ana pedrosa   

Um comentário:

JF disse...

maravilhoso, maravilhosa