Por Paula Motta
Glauber Rocha, cineasta brasileiro, nasceu em Vitória da Conquista em 1939, e morreu aos seus quarenta e poucos anos. Foi uma de nossas maiores expressões artísticas, incompreendido por muitos e celebrado por poucos no seu tempo. Sábio, dono de um discurso entusiasta quando se tratava sobre o cinema ou a sociedade, perdia suas vírgulas no meio de tantas coisas que estavam por dizer; e dizia.
Escreveu e pensou cinema como ninguém, queria uma arte engajada ao pensamento e pregava uma nova estética, uma revisão crítica da realidade. Foi visto como elemento
subversivo pela ditadura militar e no começo da década de setenta, com a radicalização do regime, partiu para o exílio.
Seu longa-metragem de maior destaque é Deus e o Diabo na Terra do Sol, de 1964.
Sua filmografia, seus manifestos, poemas e anotações podem ser vistos no site tempo glauber.
Dono de um estilo singular de filmar, e para eu não correr o risco de tentar citar trago-lhes um curta-metragem belíssimo filmado em 1976, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no velório de seu grande amigo, o artista plástico Di Cavalcanti. A família de Di Cavalcanti interditou a exibição, pois não souberam compreender que Glauber filmando closes fúnebres do caixão era, na realidade, uma forma artística que ele adotou para demonstrar o seu respeito para com o amigo falecido, assim dizia Glauber: “No caso o filme é uma celebração que liberta o morto de sua hipócrita-trágica condição. A Festa, o Quarup - a ressurreição que transcende a burocracia do cemitério. Por que enterrar as pessoas com lágrimas e flores comerciais? Meu filme, cujo título, dado por Alex Viany, é Di-Glauber, expõe duas fases do ritual: o velório no Museu de Arte Moderna e o sepultamento no Cemitério São João Batista. É assim que sepultamos nossos mortos. Chocado pela tristeza de um ato que deveria ser festivo em todos os casos (e sobretudo no caso de um gênio popular como Emiliano di Cavalcanti) projetei o Ritual Alternativo; Meu Funeral Poético, como Di gostaria que fosse, lui....o símbolo da Vida..."
Sua filmografia, seus manifestos, poemas e anotações podem ser vistos no site tempo glauber.
Dono de um estilo singular de filmar, e para eu não correr o risco de tentar citar trago-lhes um curta-metragem belíssimo filmado em 1976, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, no velório de seu grande amigo, o artista plástico Di Cavalcanti. A família de Di Cavalcanti interditou a exibição, pois não souberam compreender que Glauber filmando closes fúnebres do caixão era, na realidade, uma forma artística que ele adotou para demonstrar o seu respeito para com o amigo falecido, assim dizia Glauber: “No caso o filme é uma celebração que liberta o morto de sua hipócrita-trágica condição. A Festa, o Quarup - a ressurreição que transcende a burocracia do cemitério. Por que enterrar as pessoas com lágrimas e flores comerciais? Meu filme, cujo título, dado por Alex Viany, é Di-Glauber, expõe duas fases do ritual: o velório no Museu de Arte Moderna e o sepultamento no Cemitério São João Batista. É assim que sepultamos nossos mortos. Chocado pela tristeza de um ato que deveria ser festivo em todos os casos (e sobretudo no caso de um gênio popular como Emiliano di Cavalcanti) projetei o Ritual Alternativo; Meu Funeral Poético, como Di gostaria que fosse, lui....o símbolo da Vida..."
obs: a exibição do filme foi interditada pela justiça desde 1979, quando da concessão de liminar pela 7ª Vara Cível, ao mandado de segurança impetrado pela filha adotiva do pintor, Elizabeth Di Cavalcanti.
Nenhum comentário:
Postar um comentário