23 de setembro de 2010

o filme de samuel beckett





[Filme, de 1965, é um experimento teatral e filosófico que questiona os princípios da percepção a partir do olho humano e do olho da câmera; é também o único filme no qual Samuel Beckett participou escrevendo o roteiro e supervisionando as filmagens dirigidas por Allan Schneider e com a atuação de Buster Keaton. Samuel Beckett partiu dos princípios da filosofia do também irlandês George Berkeley sobre a percepção: Ser é ser percebido. Pode-se conceber três momentos do esquema perceptivo proposto por Beckett: um primeiro em que o ser a ser percebido se encontra em cena externa, o que o expõe diante do outro; um segundo momento em que ele está dentro de um ambiente fechado com apenas uma janela que permitiria a percepção externa deste ser, além do olhar animal (gato, cachorro, papagaio e peixe), do próprio espelho e de sua memória fotográfica; e um terceiro momento quando a câmera se aproveita do fechar de olhos do personagem para se dirigir a ele. É um momento especial pois, atônito, ele se depara consigo mesmo, ou seja, revela-se percepção dupla de si diante do outro.]

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