12 de fevereiro de 2010

pedaço de rota n. III

O trajeto descrito até a última postagem, se tornou extenso de uma forma que me é


Imposible conseguir suprir a demanda literária. Portanto, vou me ater a um pedazo da rota, e insistir no sabor da surpresa imposta pelo ritmo da viagem. Hoje, tiahuanaco é.



•La paz > Tiahuanaco• > La Paz > Sorata > Huarina > Copacabana > Isla Del Sol > Copacabana > La Paz > Uyuni > Deserto de sal > Uyuni > Oruro (hoje).



05 02 10 – 18:42 – 2 graus.


Cheguei em tiahuanaco 10 pras 5, e no mini-bus que tomei em el alto (bairro mais alto de la paz – que inclusive tem autonomia de cidade própria), lugar caótico, de onde se pode mirar toda la paz e um vulcao que me esqueci o nome e tem o pico com bastante neve. 45 minutos de viagem miserable, e a descoberta que as ruínas do sítio arqueológico, o prototipo da cidade inca mais antita, tem portoes e se custa 80 bolivianos por pessoa para se entrar. Uma señora muito misteriosa me chamou pelo nome de señorita mui bonita, e me contou sobre algunas peças esculpidas em ceramica, de sua autoria.



(pausa para dormir em tiahuanaco)



 primeiras impressoes de tiahuanaco:



Há uma espécie de energia que habita este lugar. As casas que em grande mayoría sao de tijolo de adobe, tem algum símbolo (deuses, guerreiros, mensageiros) ou grandes esculturas protejendo-as na porta. Para os olhos dos desavisados, a beleza (contida em sua forma bruta), já encerra a dívida do visitante com a cidade. Porém, há mais misterios do que ouso imaginar, por tiwanaco.




 tiahuanaco: noite



no presente momento, a viagem se configura por quatro rotas distintas- cada uma com uma estética singular e com uma velocidade que a caracteriza. A viagem cinematográfica, a mais rápida de todas elas, transforma e funde a dicotomía espaco x tempo, fazendo talvez cruelmente com que o corpo entenda¡apreenda, produza sentido e matéria compatible com o limite imposto pela memoria ---

A rota literária, a mais lenta de todas as rotas, lança o corpo para uma extensao nao menos cruel e perigosa. Caracterizada pela imersao, esta rota tras os mais profundos questionamentos, para a superficie do cuotidiano, criando um embate filosófico sobre as minuciosidades que movem as relaçoes humanas, pautadas em vaidades que nao sao recurrentemente deslocadas. A lengua é e necesita ser revisitada. E eu ¿




 questoes museologicas :



no museu de tiwanaco havia vários comodos, com óbvia separacao temporal e que de forma também óbvia e generalizada, se presta a reconstruir um tempo remoto, referente a cada comodo que agrega uma multiplicidade de peças.

Papel do museu (reconstituir) e o papel da escultura antita (para fim de reconst (i-) ruir) é ironicamente o mesmo. Por tanto nao se debe existir instituiçao museológica que abrigue arte contemporanea, a nao ser que esta só preste para ejercer o papel futuro de legado e se posicionar como história, posto que o que se forma arte hoje, é movimento efemero. Digo, zona autonoma temporaria.




 relatos do museu de tiahuanaco:



39 cranios visiblemente e assustadoramente distintos (pensei muito no Joao este dia, e na delicia que seria ele “mirar” os cranios) –

Muitas pecas de ceramica com composicoes artisticas, que leva a cuestionar se eram feitas para alguna funcionalidade ou se eram, como exato aparentam, somente artigos estéticos para louvar a feiura e a beleza-

Pedras sutilmente esculpidas para causar a dúvida cruel se a máo suave que as esculpiram era de deus ou era do homem –

E roupas indígenas táo bem constituídas que nos faz pensar para que se presta a moda ¿



 últimas elocubraçoes feitas dentro das ruínas de tiahuanaco no dia 6 do 2 do 10:



por que nao tem mais ninguem por aquí ¿ para onde foram os arquitetos incas ?

como era a vida 1.500 anos a.c ¿ como se marcava o tempo? Existia tempo ¿

da onde se extraída tantas pedras ¿ quem ensinou o nome de todos os deuses esculpidos ¿


e,


adios.




mariana de matos)

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