E por falar em surrealismo.
Esse texto me fez pensar o que restou dessa Revolução Surrealista proposta há 85 anos atrás.
Cheguei em uma conclusão: Nós não vivemos o surrealismo. Não do jeito que deveríamos viver.
Somos viciados em atitudes, sentimentos e até sensações.
E quase nunca estamos dispostos a topar qualquer coisa que traga a promessa de nos tirar do eixo que seja por segundos.
Nós sentimos o que achamos que devemos sentir, vemos o que deve ser visto, vivemos o que deve ser vivido, caminhamos por onde se deve caminhar, comemos o que devemos comer , freqüentamos os lugares que devemos freqüentar...
E a experiência surrealista que devíamos ter?
Walter Benjamin foi mais a fundo nesse lance surrealista, e tentou descrever o que para ele, seria uma experiência surrealista na arquitetura e no urbanismo. Ele dizia que não há arquitetura surrealista, no sentido de uma forma surrealista, e sim, há uma experiência surrealista, um uso surrealista dos espaços.
Luz, cor, as estações... Entrando por todos os lados da edificação. E assim seus habitantes teriam uma experiência corpórea do espaço arquitetônico.
A experiência surrealista é uma experiência genuinamente subjetiva mas que pode ser facilmente levada a uma experiência coletiva.
Tomar o poder na rua, ocupar a cidade, são formas de se ter uma experiência surrealista coletiva. Para mim a Virada Cultural que acontece no centro de São Paulo há alguns anos, é um ótimo exemplo de experiência surrealista coletiva.
Penso que o primeiro passo para se viver uma experiência surrealista, é tentar se entregar por inteiro sempre, se colocar completo em todas as situações.
Fiz isso algumas vezes e sempre valeu a pena.
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Gabriela de Matos.
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