10 de maio de 2010

beat but nonsene- estúdio 11

voltamos ontem do fim de semana em núpcias com o estúdio 11.
o evento foi delicioso e importantíssimo e, para isso, naturalmente cansativo.
viajamos de trem na linha belo horizonte-vitória_ quem quer conhecer as minas gerais não deve se abster dessa estrada.

nos hospedamos na casa de famílias de uns amigos nossos- e, mais uma vez, o reconhecimento da preciosidade da recepção mineira. particularmente, isso foi pra mim um dos melhores presentes da viagem.

nos preparamos para a exposição com a concepção e viabilidade de uma instalação. discutimos o conceito da exposição, dentro obviamente, de nosso entendimento e percepção a partir dos textos enviados por nossos companheiros do estúdio 11, do próprio nome da exposição (que é um conceito em si) e do nosso olhar sobre a significância dessa proposta na atualidade.
construímos a nossa forma de contribuir para tal proposta dentro da verdade do que precisávamos colocar- faz parte de um processo muito delicado e cuidadoso.

ficamos satisfeitíssimos com o resultado (o que chamamos de resultado seria a exposição em si: o funcionamento estético da proposta- que abrange a forma e conteúdo-, a recepção dela para com todos que puderam usufruir da mostra- o usufuir como a própria experiência do lugar e de todas as aglomerações de linguagem que ele construíram e constituíram.)
insaciáveis que somos, naturalmente vislumbramos alguns detalhes que poderiam engrandecer a proposta, mas já aprendemos a lidar com o fracasso do absoluto. 
a finalidade é a mensagem do objeto, o profundo que carrega e, não necessariamente sua forma final como obra- isso cada vez mais me importa menos.

apesar do planejamento logístico para que funcionasse nosso plano ideal, sempre contamos com planos b, c, d e adiante, porque as estruturas falham. 
talvez tenhamos atingido o plano z, que só foi possível ser feito por conta de uma equipe leve, propositiva e dedicada que nos acompanhou- todos do estúdio 11, o salvador fabinho e o anfitrião do castelo que abrigou aquela zona autônoma e temporária.

a contemporaneidade nos prova à cada dia a possibilidae (e juntamente dificuldade) de se trabalhar por arte sem grandes estruturas financeiras e logísticas. 
posso afirmar o tanto que experiências como essa podem nos fazer crescer e em ínfima proporção re-construir a/pela arte para que ela habite.
foram dias bem exuastivos, de trabalho árduo, discussões e questionamentos que juntos fizemos para o crescimento do todo.

no entanto e por isso, certamente tivemos um retorno maravilhoso- amizades e parcerias, a mostra em si, a produção de arte gritando para ser ouvida e ali- nas lacunas sociais- vingando.
grande abraço aos nossos companheiros e parabenização por tudo isso.

juntaremos um material memorável- por mais que se atrase e raro seja, para contar à vocês mais um pouco dessa atmosfera.

hoje suspendi o andamento da pretensão de minha postagem porque o relato se fez necessário (e isso não se adequa à moderação, mas verdadeiramente à forma das coisas existirem). 
certamente deixei algo sem dizê-lo: meu corpo ainda está tomado de um cansaço pós-êxtase.
mais uma vez, o endereço do estúdio 11 para que acompanhem essa e outras ações:


pensando sobre a resistência da produção de arte no brasil contemporâneo, deixo um link de um site sobre a política pública que envolve as artes cênicas. é um site muito necessário para entendermos o funcionamento da produção, mais especificamente do fomento à ela, das condições para trabalho e propagação do que fazemos- vale a pena muita dedicação: 




3 comentários:

Estúdio11 disse...

Já estamos com saudades.
Esta semana voltamos a ensaiar a performance!
Loucos pra retribuir a delicada e violenta visita com um trabalho também delicado e violento!

Bjs.
Lilian

Carou disse...

bom demais essa junção.
na minha cabeça, já era hora mesmo de trabalhar junto estudio11 e fluxo.
é importante ter cabeças que pensam juntas. vamos fazendo mais parcerias. seguimos lutando.
e isso é o que importa!

ana pedrosa disse...

é verdade.
e teremos que estar, cada vez mais, nós todos pelo todo.
beijo, carmolina.
e mais uma vez obrigada pelo companheirismo e contribuições para com o fluxo.
seu trabalho estava cruel!